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Cardeal Hollerich elogia contributo das comunidades migrantes e pede «espírito de serviço»
Em Fátima, Portugal
O arcebispo do Luxemburgo elogiou esta sexta-feira, 13 de Agosto, em Fátima o contributo dos migrantes para o desenvolvimento dos países que os recebem e desafiou os peregrinos da Cova da Iria a viver em “espírito de serviço”.
“Caros amigos, portugueses, caros emigrantes, caros refugiados, com as vossas mãos, trabalho, suor do rosto, inteligência, sacrifício das vossas famílias, tendes ajudado a construir a riqueza económica e cultural dos países que, por esse mundo fora, vos acolhem”, disse o cardeal Jean-Claude Hollerich, na homilia da Missa conclusiva da peregrinação internacional de agosto ao santuário.
O presidente da celebração evocou o exemplo das famílias portuguesas e convidou todos a “alargar este espírito de serviço”.
“A verdade é que, a fé sem espírito de serviço não passa de um sentimento e os sentimentos são passageiros”, advertiu, perante milhares de pessoas que se reuniram no recinto, seguindo as indicações de segurança determinadas pelo Santuário de Fátima, devido à pandemia de Covid-19.
O arcebispo do Luxemburgo defendeu que esta mesma atitude de serviço pode ser posta “à disposição da Igreja”, na catequese, no trabalho paroquial, nos ministérios laicais ou na solidariedade.
“São precisas pessoas abertas que favoreçam o acolhimento dos refugiados e migrantes”, exemplificou.
A homilia apresentou Maria como um modelo de vida e a fé como “força de mudança”, evocado as orações dos peregrinos “pela saúde dos familiares, os problemas do trabalho, a preocupação com o sucesso escolar dos filhos e netos, as incertezas da emigração”.
D. Jean-Claude Hollerich falou da sua experiência com as comunidades lusófonas no Luxemburgo, apresentando-se como “bispo dos portugueses” e dos outros migrantes que compõem 48% da população do país.
“Muito obrigado pelo vosso serviço ao bem comum da sociedade e da Igreja”, declarou.
O cardeal luxemburguês assinalou que a religiosidade dos migrantes ajuda uma Europa que “hoje vive longe de Deus”.
“Peregrinos de Fátima: que Deus vos abençoe, abençoe as comunidades portuguesas dispersas pelo mundo e seus missionários e missionárias. Que Deus abençoe Portugal”, concluiu.
Durante a Missa, os peregrinos rezam pelas comunidades de portugueses e lusodescendentes, por quem vive as “consequências dramáticas da pandemia” e pelos líderes políticos, “para que evitem o nacionalismo” e abram as sociedades “aos migrantes e refugiados”.
A Eucaristia foi concelebrada por 47 sacerdotes, cinco bispos e o cardeal D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima.
A tradicional Palavra ao Doente, no final da celebração, é proferida pela diretora da Obra Católica das Migrações, Eugénia Quaresma; a peregrinação termina com a Procissão do Adeus.
Fotos: @Santuário de Fátima
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